A luta contra a Covid-19 resgatou a solidariedade geral e o engajamento de jovens residentes

Profa. Dra. Clarice Tanaka da Comissão de Residência Multiprofissional do HCFMUSP

O enfrentamento do coronavírus, em fevereiro de 2020 quando foi diagnosticado o primeiro caso no Brasil, foi desafiador para a classe de profissionais da saúde em geral e, especialmente para os residentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) que diante do avassalador número de contaminados, foram da sala de aula diretamente para a linha de frente dos atendimentos, como uma operação de guerra.

No Instituto Central do HC, onde se concentraram os atendimentos contra a Covid-19, foram alocados muitos estudantes residentes. A gravidade e a intensidade do momento pelo qual toda a população passava, despertou todo tipo de emoções entre profissionais da saúde e resgatou a solidariedade da sociedade civil e empresarial, em prol do apoio aos profissionais tidos como heróis de batalha.

Não há dúvida de que os residentes foram uma grande força de trabalho no contexto do combate à pandemia da Covid-19, apesar dos receios e temores que surgiram sobre a segurança, limites e deveres da classe ao longo dos últimos 18 meses. Eles foram mobilizados em um curto espaço de tempo quando o Hospital das Clínicas reestruturou sua capacidade instalada e seus recursos humanos para dar atendimento aos pacientes infectados pelo coronavírus.

Foi um momento em que as equipes de saúde tiveram que reestruturar a conduta e abordagem dos pacientes, passar por treinamentos e capacitação rápida para atuar no manejo de uma doença até então desconhecida, lidando com suas incertezas e com o risco de contaminação. Diante de uma doença que colocou o sistema de saúde à prova, profissionais atuantes em todas as áreas médicas, docentes, pesquisadores, residentes e pós-graduandos se uniram numa força de trabalho organizada, e compartilharam conhecimento e experiências em prol da luta e da recuperação da saúde das pessoas.

Hoje, podemos dizer que estamos vivendo um rescaldo tamanha a gravidade e intensidade da luta contra a pandemia da Covid-19, que levou as equipes de saúde a desafiarem os seus limites, e o grupo de residentes provocados em sua capacidade de superação, de encontrar forças para realizar o trabalho necessário para salvar milhares de vidas.

Esse desafio permanece ainda porque a vida não voltará a ser como antes. Daí a reflexão necessária para tirarmos lições importantes apreendidas durante o auge da pandemia: a valorização da vida, da equipe, do profissional, da capacidade de superação, da solidariedade.

Nesse momento em que o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o HCX Fmusp, e a COREMU-HC, iniciam a convocação para o programa de Residência Multiprofissional 2022 resgatamos a experiência vivida para evidenciar a importância do aprendizado adquirido, a fim de manter a vontade e o impulso que mobilizou a todos visando garantir o atendimento de qualidade e excelência na saúde à população brasileira.

Nossa expectativa é manter em alta a solidariedade e engajamento do novo grupo. Na vida real esses predicados têm de vir junto com toda a excelência clínica que eles irão adquirir na residência. O HC tem o ensino em seu DNA e associa o treinamento e capacitação em um hospital referência de alta complexidade. As inscrições estão abertas e vão até o dia 4 de novembro. Caso se interesse, conheça mais sobre o programa de residência no site do HCX.

*Artigo original publicado pelo jornal Estadão

Dra. Clarice Tanaka, professora titular de fisioterapia na Faculdade de Medicina da USP e coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional do HCFMUSP.