O debriefing é considerado um dos mais importantes momentos da simulação clínica, pois permite ao participante refletir sobre ações e emoções em um ambiente controlado. A técnica estimula o pensamento crítico, auxilia na tomada de decisão e no julgamento clínico.

Conduzido pelo professor ou instrutor, o debriefing torna o aprendizado abrangente. “Mesmo os alunos que não participaram ativamente do cenário, podem aprender significativamente ao assistir e participar do debriefing”, defende o Dr. Augusto Scalabrini Neto, Professor Associado da Disciplina de Emergências Clínicas do Departamento de Clínica Médica e Coordenador do Laboratório de Habilidades e Simulação, ambos na FMUSP.

Quais os estilos de debriefing?

Existem vários formatos de debriefing quando falamos em simulação médica. “A verdade é que cada um tem o seu estilo, e escolhe aquele que se adapta melhor. Mas, fundamentalmente, a estrutura básica do debriefing permanece a mesma. Primeiro, se faz uma descrição e se coleta informações”, aponta o professor da FMUSP.

Outros passos são a discussão sobre as ações em geral, o fornecimento de feedback, uma discussão conceitual, que envolve a inclusão de conceitos teóricos pelo facilitador, e a formulação de um plano de ação para aprimorar as técnicas simuladas na prática.

A importância do feedback

O feedback do debriefing é uma ferramenta essencial para impulsionar a melhoria contínua em equipe e ajudar no desenvolvimento individual dos profissionais. “É importante por várias razões: primeiro, para discutir tudo que foi feito; segundo, para corrigir eventuais erros; e terceiro, para identificar oportunidades de melhoria. A partir dessas oportunidades, podemos planejar os próximos passos e corrigir o que for necessário”, explica o especialista. 

Por exemplo, em uma simulação para prevenir a contaminação cruzada de Covid-19, seria possível identificar quais falhas e procedimentos prejudicaram a conquista do objetivo final. Em outra situação, como um paciente em parada cardiorrespiratória, seria viável analisar tanto os acertos quanto os erros, promovendo um atendimento mais eficaz em um cenário real.

Na medicina, o objetivo é comum: salvar vidas e fornecer o melhor atendimento possível, minimizando sequelas e oferecendo as melhores condições de prognóstico.

Como realizar uma reunião de debriefing

O debriefing é geralmente feito em grupo, com os participantes sentados em círculo, incluindo o instrutor. O processo pode seguir a sequência de descrição da simulação, discussão do caso e conclusão. 

Nesse ambiente, os alunos são encorajados a compartilhar suas percepções e experiências. “Cabe ao professor ou ao facilitador orientar e provocar a discussão, mas o conhecimento deve ser gerado pelos alunos”, orienta o Dr. Augusto Scalabrini Neto.

Curso Avançado sobre Debriefing e Feedback na Saúde

O Curso Avançado sobre Debriefing e Feedback na Saúde foi pensado para docentes e profissionais interessados na área de simulação clínica. Seu conteúdo é ideal para todos os níveis de conhecimento; mesmo aqueles profissionais que já usam a técnica podem se aperfeiçoar com a experiência imersiva e o conteúdo aprofundado oferecido. 

“É um curso ministrado por grandes nomes da simulação no Brasil. A ideia é que seja um curso com muita prática e treinamento, com foco na técnica”, explica o Dr. Augusto Scalabrini Neto, coordenador da formação.

A capacitação ainda conta com toda estrutura do Laboratório de Habilidades e Simulação (LabHab) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com equipamentos modernos e tecnológicos. 

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