Doação de sangue na pandemia de Covid

Durante a pandemia do novo coronavírus, a doação de sangue apresentou baixos níveis. Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é de que houve uma queda de aproximadamente 20% nas coletas durante 2020.

Até o momento, não houve desabastecimento no país, mas o estoque é preocupante, mesmo com a suspensão de cirurgias eletivas em alguns momentos; afinal, acidentes, emergências e transfusões continuam sendo necessárias. A falta de sangue pode travar todo o sistema de saúde e colocar em risco a vida de diversas pessoas.

“Com a pandemia, houve uma diminuição mundial na doação de sangue, e hemocentros do mundo todo começaram a trabalhar com uma quantidade bem menor de componentes sanguíneos. No Brasil também não foi diferente: estamos enfrentando um momento muito grave, trabalhando com apenas 40% dos nossos estoques para atender todos os pacientes”, comenta Dr. César de Almeida Neto, médico da Fundação Pró-Sangue, da divisão de medicina transfusional.

Como funciona a doação de sangue?

A pandemia assusta as pessoas, mas não há com o que se preocupar quando o assunto é doação de sangue. A Fundação Pró-Sangue reitera que está seguindo todos os protocolos de segurança, os funcionários já foram vacinados contra o coronavírus, e é possível agendar a doação pelo site para evitar aglomerações no local.

O processo de doação de sangue leva cerca de 50 minutos (entre cadastro, teste de anemia, checagem dos sinais vitais e peso, triagem, voto de autoexclusão, coleta e lanche). A coleta em si dura apenas 10 minutos.

Em todo o circuito da doação são disponibilizados dispensers de álcool gel, e o uso de máscara é obrigatório. Além do posto no Hospital das Clínicas, em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue tem outras cinco unidades de coleta na região metropolitana, que abastecem mais de 100 hospitais. Para doar nas demais regiões do estado, é possível contar com outros hemocentros.

“Buscamos também criar coletas externas, em condomínios e instituições militares. A Pró-Sangue vai até os doadores para facilitar e manter os estoques de sangue nos níveis adequados”, afirma Dr. César. Os interessados também podem solicitar a coleta externa pelo site.

Quem pode doar sangue?

Para ser um doador, é necessário ter entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60, e menores de 18 anos devem apresentar autorização dos responsáveis) e pesar no mínimo 50 kg.

De modo geral, é preciso estar descansado e bem alimentado, além de cumprir outros requisitos necessários. Quem tomou a vacina contra o coronavírus, deve esperar 48 horas após receber a dose da CoronaVac, ou 7 dias após a imunização pela Oxford/Astrazeneca/Fiocruz. Em outro post aqui no blog, esclarecemos as principais dúvidas sobre as vacinas. 

Quem foi infectado pelo coronavírus fica inapto por 30 dias, contados após a completa recuperação e o desaparecimento dos sintomas. Os profissionais de saúde que trabalham na linha de frente devem aguardar 15 dias após o último contato com os contaminados. “Gostaria de pedir a colaboração da população. A doação de sangue é uma atitude simples que pode ajudar muitas pessoas”, finaliza Dr. César.

Cada bolsa de sangue doada pode atender até quatro pacientes. Doe sangue, salve vidas!