Equipe multiprofissional é essencial no tratamento de transtornos mentais

transtornos mentais

Os transtornos mentais são considerados tabus na sociedade, pois permanecem relacionados, de forma equivocada, com loucura e histeria. Nos tempos remotos, por exemplo, sinais desses transtornos eram vistos como incomuns e associados a causas sobrenaturais, como possessões e feitiçaria.

Na década de 50, o tratamento psicofarmacológico foi considerado a partir da descoberta da clorpromazina, em Paris. Ela teve impacto na medicina internacional e possibilitou a criação da Associação Mundial de Psiquiatria, pelo psiquiatra Jean Delay. Dessa forma, o uso de psicofármacos se tornou uma das abordagens mais utilizadas no mundo para a saúde mental, que seguiu com a prescrição de outros medicamentos, como fluoxetina e diazepam, nos anos seguintes. 

Doença x Transtorno Mental

Quando se fala em alterações de ordem mental, prefere-se o termo “transtorno”, uma vez que o paciente raramente apresenta todos os sintomas e sinais que caracterizam uma doença. Além disso, essa escolha colabora para a mitigação do preconceito que ainda existe em torno delas.

“O transtorno, quando não tratado, complica o dia a dia da pessoa acometida. Ele dificulta que ela estude, trabalhe e se relacione socialmente”, segundo o Enfermeiro Dr. José Gilberto Prates, Especialista em Saúde Mental, doutor em Ciências da Saúde e coordenador do curso de Pós-graduação Multiprofissional em Saúde Mental e Psiquiatria

Dentre os transtornos mentais que mais chegam ao atendimento, estão as síndromes depressivas e de ansiedade, transtornos psicóticos e de personalidade e déficit de atenção e hiperatividade.

Importância da equipe multiprofissional

O papel do profissional especialista em saúde mental é proporcionar uma melhor condição de vida para que o cotidiano não seja comprometido pelo transtorno. Para isso acontecer da forma mais completa possível, é essencial pensar em equipe multiprofissional. 

Os novos manuais de tratamento apontam que o atendimento interdisciplinar é o ideal para o paciente adoecido mentalmente, sendo ele composto por psicólogo, terapeuta, educador físico, assistente social, enfermeiro, médico, entre outros, de acordo com a necessidade. Para o Dr. José Gilberto, a limitação de que só a questão física-mental importa é ultrapassada: “Uma gama de atendimento precisa ser oferecida, pensando na parte psicológica, ocupacional, social e de estrutura física”, afirma.

É preciso reforçar que o conceito de cura não é utilizado para doenças e transtornos mentais, já que o termo é subjetivo. “De repente, uma pessoa acometida consegue viver bem, trabalhar e estudar. Para ele, isso é estar curado”, pontua Dr. José Gilberto, que afirma que as palavras mais utilizadas são “equilíbrio, melhora e controle” da condição. 

Especialização Multiprofissional em Saúde Mental e Psiquiatria

De um especialista em Saúde Mental, espera-se o conhecimento sobre abordagem terapêutica e como realizar um PTS (Projeto Terapêutico Singular). Mesmo que o profissional seja de outra área, ele precisa unir todos os aspectos técnicos da assistência com a educação permanente. “É muito importante que um enfermeiro e um educador físico, por exemplo, saibam fazer um Plano Diretor para Saúde Mental e construir um projeto de atendimento individual, coletivo ou comunitário”, ressalta Dr. José Gilberto. 

O curso de Pós-graduação Multiprofissional em Saúde Mental e Psiquiatria do HCX apresenta os conhecimentos fundamentais para uma atuação de excelência na rede de atenção psicossocial – a maioria dos alunos vem dessa área, seja do CAPS, NASFs, entre outros. Um dos objetivos dos coordenadores é formar com qualidade para que o déficit existente na saúde pública seja diminuído com o ingresso de profissionais capacitados.

Acesse o site e confira mais detalhes sobre a especialização em Saúde Mental.