Emergência pediátrica: o que é e como está o mercado de trabalho? 

médico atendendo emergência pediátrica

A emergência pediátrica é uma área complexa dedicada ao atendimento médico de crianças com doenças ou ferimentos agudos, em que o cuidado imediato é essencial para preservar suas vidas.  

“O médico emergencista pediátrico conduz as investigações e intervenções necessárias para diagnosticar pacientes na fase aguda. Ele aciona médicos de outras especialidades quando necessário e institui medidas de ressuscitação para estabilização de crianças gravemente enfermas”. É o que explica a Dra. Marcela Preto Zamperlini, médica emergencista pediátrica e coordenadora do Programa de Ultrassom Point-of-Care no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). 

Apesar da importância, o reconhecimento da emergência pediátrica como especialidade  só ocorreu em 2015. Essa determinação abriu oportunidades para aprimorar o atendimento e evidenciou a crescente demanda por profissionais altamente qualificados.

‌Principais emergências pediátricas

As emergências pediátricas mais comuns são problemas respiratórios e de vias aéreas. Outros quadros frequentes no pronto atendimento são febres, ferimentos e traumas, dor abdominal, vômitos, otites e amigdalites.

Emergência x urgência: qual a diferença?

Apesar do mesmo sufixo, urgência e emergência não são áreas separadas de atuação – o atendimento de ambas situações é de responsabilidade do emergencista. É considerada emergência o quadro de risco de vida que requer cuidado imediato. “São exemplos: fraturas graves, intoxicações, queimaduras, insuficiência respiratória, crises convulsivas, entre outras”, explica a Dra. Marcela.

Já urgências são condições agudas em que o risco à vida não é instantâneo. Portanto, embora o atendimento seja essencial, não precisa ser imediatamente. Entre as condições urgentes estão casos de gripes, resfriados, dores de ouvido, dores abdominais e outras condições similares. 

Rotina do emergencista na pediatria

O dia a dia na emergência pediátrica é dinâmico, atraindo médicos para a carreira pela diversidade de casos possíveis em cada plantão. “Cada dia é drasticamente diferente, proporcionando exposição a uma ampla variedade de doenças e oportunidades contínuas de aprendizado”, pontua a especialista. 

Um emergencista pediátrico costuma trabalhar em plantões entre seis a 12 horas, em pronto-socorros ou Unidades de Pronto Atendimento que funcionam 24 horas por dia, 365 dias por ano. Ou seja, é comum na área trabalhar também em períodos noturnos e fins de semana. 

Habilidades do emergencista pediátrico 

Para atuar na área, é necessário dominar práticas clínicas e habilidades específicas, incluindo a capacidade de realizar o diagnóstico em curto prazo e com informações possivelmente limitadas. 

“Isso ocorre porque muitas crianças ainda não conseguem expressar verbalmente seus sintomas e, além disso, a apresentação clínica inicial de diversas enfermidades pode ser inespecífica”, esclarece a Dra. Marcela. 

A médica ainda completa: “Além das habilidades clínicas, os médicos de emergência pediátrica também precisam dominar procedimentos avançados, como o manejo das vias aéreas, punções lombares, abdominais, torácicas e cardíacas”. 

Como se especializar em emergência pediátrica?

A emergência pediátrica pode ser uma subespecialidade tanto da pediatria como da medicina de emergência, detalha a especialista. Para uma prática segura e atualizada, o profissional tem a chance de realizar uma Especialização em Emergências Pediátricas, oferecida pelo HCX Fmusp. 

A formação é realizada em 18 meses, com conteúdo fundamentado em guidelines pediátricos de pacientes críticos e atividades práticas supervisionadas por grandes especialistas. Outra oportunidade única oferecida por esse programa é o aprendizado de ultrassom point-of-care teórico e prático, inserido de forma longitudinal ao longo dos módulos.

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