Geriatria e qualidade de vida: o papel do profissional de Saúde

geriatria e qualidade de vida

A Organização Mundial da Saúde estima que, em pouco mais de 30 anos, um em cada três brasileiros será idoso, o número de pessoas com mais de 60 anos no mundo vai duplicar e, no Brasil, este número vai triplicar. Nos tornaremos, então, a sexta população mais idosa do planeta, uma nação envelhecida, classificação hoje dada a países como França, Inglaterra e Canadá. Portanto, a questão passa a ser como envelhecer bem, e, para isso, é preciso discutir a relação entre geriatria e qualidade de vida.

O que faz o Geriatria? 

O geriatra é um profissional especializado no envelhecimento e nas doenças dos idosos. Mais do que isso, além do geriatra, muitos profissionais da saúde também atendem os idosos, como cardiologistas, ginecologistas e ortopedistas, entre outros.

“De fato, todas as especialidades atenderão cada vez mais a população idosa, uma vez que existe o envelhecimento populacional global. Então é muito importante que os profissionais de saúde tenham conhecimento no cuidado do idoso, pois no seu dia a dia atenderão muitos pacientes nessa faixa etária; precisam ter conhecimento adquirido e específico para o tratamento dessa população”, defende Dr. Luiz Antonio Gil Jr., que coordena o Curso Intensivo em Geriatria com o Prof. Dr. Wilson Jacob Filho, Dr. Thiago Avelino Silva, Dra. Flávia Campora e Dr. Eduardo Ferrioli. 

Tivemos um ganho na chamada expectativa de  vida. Por volta de 1930, Dr. Gil Jr afirma que o brasileiro tinha uma expectativa de viver, em média, 33 anos, e conforme levantamento recente, chega a 77 anos, um ganho muito grande no último século. O desafio, agora, é que esses anos sejam vividos cada vez melhores, e que possamos viver menos tempo com doenças.

Geriatria e qualidade de vida estão muito ligadas. Na rotina da equipe geriátrica estamos o tempo todo tentando aprimorar a qualidade de vida dos mais idosos. Essa é uma das nossas principais funções. Para os outros médicos e profissionais de saúde, é muito importante que tenham esse olhar para a melhora da capacidade dos indivíduos, e que todos os idosos possam viver cada vez melhor. É preciso minimizar as incapacidades e maximizar as potencialidades.”, diz.

Mercado de Trabalho na Geriatria

Com o envelhecimento da população, é fato que haverá carência de profissionais nessa área. Dr. Gil Jr. explica que o processo de formação de um geriatra é exigente, assim como de outras especialidades, mas ter mais especialistas que se atentem às questões do envelhecimento melhora muito o tratamento dos idosos.

“Por isso, fica o nosso convite para todos aqueles que são interessados e atendem muitos idosos a participar do nosso curso de atualização. É um curso intensivo, com duração de quatro dias, em que condensamos as melhores evidências científicas para todos os profissionais médicos que atendem idosos”, afirma. Na edição de 2024, é possível adquirir o curso completo ou apenas optar pelos módulos especiais oferecidos.

O Curso Intensivo em Geriatria busca oferecer aos participantes, com as evidências mais recentes, a capacidade de reconhecer a diferença da apresentação clínica das doenças no idoso; reconhecer e saber orientar síndromes geriátricas; reduzir Iatrogenias em pacientes com idade avançada; discutir cuidados médicos de doenças com alta prevalência na população idosa e promover atualização anual do conhecimento ao tratamento do idoso.

Olhando para o cuidado médico para os idosos, a geriatria e a qualidade de vida, o curso também aborda senilidade e senescência: “A senescência é o processo natural do envelhecimento, é o que acontece com todos os idosos. Já a senilidade é um processo da senescência associado a doenças. Enquanto a senescência é um processo que, apesar de acontecer com todo mundo, pode ser minimizado, a senilidade deve ser combatida ao extremo, controlando as doenças de forma geral”, explica Dr. Gil Jr.

Ele afirma que o curso intensivo tem papel muito importante na atualização dos tratamentos das doenças e nas novidades relacionadas a processos de senescência e que haverá um módulo especial de cognição que passará por questões relacionadas tanto à senescência (o envelhecimento normal da memória), quanto a processos de doenças, como as demências, por exemplo. “Problemas de memória são muito frequentes na população idosa e também nos consultórios de todos os médicos que os atendem. Este é um módulo muito especial, em que superespecialistas  falarão  sobre as questões cognitivas dos idosos”, ressalta.

Trata-se de um curso intensivo ideal para especialistas que querem se atualizar e alunos de medicina, pois, quanto mais jovens são expostos aos conceitos da área, mais serão capazes de olhar o idoso de uma forma completa e diferenciada.