A importância do Pocus na emergência

Pocus na emergência

A emergência médica exige atendimento rápido e diagnóstico de precisão para indicar o tratamento correto ao paciente e evitar uma fatalidade. O POCUS na emergência é uma extensão da avaliação clínica que ajuda a direcionar melhor a tomada de decisão do médico.

O que é POCUS?

Point of Care é o termo utilizado para se referir a qualquer avaliação que é feita à beira do leito. Ou seja, a equipe médica leva o método diagnóstico até o paciente, que pode estar em uma unidade de tratamento intensivo (UTI) ou em uma sala de emergência, por exemplo.

“No caso do ultrassom, o point of care é um tipo de avaliação mais direcionada, feita pelo próprio médico que está atendendo ao caso”, conta o médico assistente da disciplina de cirurgia geral e trauma do HCFMUSP e coordenador do grupo de ultrassonografia de point of care aplicado à cirurgia, Dr. Carlos Menegozzo. 

POCUS em UTI e Emergência

O POCUS na Emergência não necessariamente precisa ser realizado por um médico radiologista. O método de avaliação é usado quando o médico responsável pelo atendimento ao paciente precisa sanar uma dúvida específica sobre a condição do paciente – não é uma avaliação completa por região anatômica, mas sim baseada em uma pergunta clínica para um procedimento específico.  

“Quando o médico solicita ao radiologista um ultrassom de abdome total, por exemplo, ele avalia fígado, baço, rim e bexiga, entre outros. O ultrassom do radiologista é focado em uma descrição anatômica detalhada das estruturas avaliadas. Ele emite um laudo que é, então, interpretado pelo médico que assiste o paciente. No caso do POCUS, a avaliação não visa descrever detalhes de alterações anatômicas das estruturas, mas sim correlacionar, de forma simultânea, alterações observadas ao ultrassom com suas possíveis repercussões clínicas, dando respostas em tempo real a respeito da condição clínica do paciente.” explica Dr. Carlos. 

O uso mais comum do POCUS é em pacientes de UTI e emergência. Porém, o conceito amplo do método é usar o ultrassom como uma extensão do exame físico, e pode ser usado em várias situações dentro do complexo hospitalar. 

Aplicação do protocolo RUSH

Há uma série de padronizações para procedimentos guiados por ultrassom. O RUSH, por exemplo, foi desenvolvido para diagnóstico diferencial de choque em pacientes de UTI. “No contexto do trauma, ele tem uma certa importância, mas um pouco menor. O protocolo Extended Focused Assessment with Sonography in Trauma (e-FAST) – Avaliação Focada Estendida com Sonografia no Trauma, em português – acaba detectando as principais causas de choque nas vítimas de trauma. O Protocolo RUSH pode ser aplicado nos casos em que o e-FAST não detectou o problema”, ressalta o Dr. Carlos Menegozzo. 

O protocolo RUSH é mais utilizado para uma avaliação mais global do paciente, envolvendo o coração, as cavidades abdominal e torácica, os grandes vasos abdominais e as veias dos membros inferiores. “Com essa avaliação, identificamos problemas cardíacos, líquido ou ar no tórax, tromboses nas pernas e alterações na aorta – um protocolo completo e mais complexo, mas com mais informações”, explica.

Curso POCUS em Emergência e UTI 

Para o manejo correto do paciente e avaliação de casos, é necessária a capacitação profissional em POCUS na emergência.

O curso de Ultrassonografia Point of Care em Emergência e UTI, do HCX do  HCFMUSP, é dividido em três módulos: 

  • Aulas teóricas online, o que possibilita ao aluno assistir o conteúdo quando e onde quiser; 
  • Simulação realística, um diferencial da instituição – o aluno faz exames, aprende a manusear o equipamento, e a identificar as possíveis alterações, em simuladores virtuais;
  • Treinamento 100% prático em manequins humanos, permitindo a familiarização com imagens reais e discussão de casos com imagens patológicas. 

“Todos os instrutores do curso de POCUS têm muita experiência em avaliação à beira do leito, são profissionais que lidam com isso diariamente. Além disso, os procedimentos são bem amplos, o que faz com que o aluno tenha contato com muitos procedimentos guiados por ultrassom”, conclui Dr. Carlos Menegozzo.