O que é a Psicoterapia Breve?

Psicoterapia Breve

Com a demanda crescente de atendimentos psicológicos, a Psicoterapia Breve vem ganhando cada vez mais espaço; afinal, um tratamento mais curto permite atender um volume maior de pacientes, tanto na saúde pública quanto em consultórios privados.

A preocupação com análises prolongadas foi considerada por Freud em 1918, na Conferência de Budapest, influenciado pelo impacto da Primeira Guerra Mundial, com o aumento da necessidade da população e pelas ideias de Ferenczi, que foi o precursor do questionamento da extensão do processo psicanalítico.

Quais as Terapias Breves?

As psicoterapias breves podem ser divididas em duas grandes categorias: as de orientação psicanalítica (que consideram a existência do inconsciente) e as de orientação cognitiva e comportamental (que não levam em conta o funcionamento inconsciente).

“No Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq), temos o Grupo de Psicoterapia Dinâmica Breve (PDB), que já existe há mais de 25 anos e tem orientação psicanalítica. Temos uma demanda enorme de pacientes e muitas filas de espera. Foi a partir dessa preocupação que a Psicoterapia Breve foi se desenvolvendo”, afirma Dra. Eva Zoppe, psiquiatra do Hospital das Clínicas e professora da especialização em Psicoterapia Breve Dinâmica no HCX Fmusp.

Quais os objetivos da Psicoterapia Breve? 

“A intenção do terapeuta será trazer o paciente para um nível de maturidade maior com a percepção dos limites da realidade, sem a regressão para um sentimento de abandono e dependência”, comenta Dra. Eva.

Além do tempo de duração reduzido, a diferença da Psicoterapia Breve de orientação analítica está no recorte de conteúdo que vai ser abordado, chamado de foco. “É escolhido um conflito psíquico específico para ser trabalhado dentro desse tempo e não se pode sair dele. O foco pode ser um conflito decorrente de uma crise, de um luto, de situações que demandam readaptação ou reorganização da vida, dificuldades nos relacionamentos pessoais, etc.”, explica Dra. Eva.

A presença do término desde o início do processo também serve como um catalisador, fazendo com que o paciente se empenhe mais no tratamento e o terapeuta seja mais ativo.

Geralmente, o processo termina quando está mais proveitoso e isso é um grande desafio em termos de tolerância à frustração. Por isso, devem-se trabalhar os afetos, como a tristeza e a raiva geradas pela proximidade do término, para poder elaborar a separação.

Os pacientes são entrevistados após seis meses do fim do tratamento para avaliar a elaboração da separação, além de identificar e ajudar a cristalização das mudanças. Dependendo do resultado, o profissional pode indicar outra terapia, breve ou longa – mas não pode prolongar uma PDB além do limite do prazo estabelecido, pois foge do propósito da técnica.

Como trabalhar com Psicoterapia Breve?

O Grupo de Psicoterapia Dinâmica Breve (GPB), do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HCFMUSP), se formou em 1989 e, desde então, vem oferecendo tratamento individual, de 12 a 24 sessões para pacientes adultos.

O GPB integra a grade de atividades dos residentes de psiquiatria, e promove um curso de Psicoterapia Breve, uma especialização para profissionais médicos e psicólogos. 

Os alunos participam das triagens dos pacientes, atendimentos, supervisões semanais dos casos atendidos e participação nas entrevistas de avaliação de resultados após três meses do término da psicoterapia. Entre em contato e saiba mais!