HCFMUSP ensina manobras de Ressuscitação cardiopulmonar no metrô

Evento de RCP no metrô

O Instituto do Coração (InCor), em parceria com o Metrô de São Paulo, o SAMU, Corpo de Bombeiros e o HCX realizaram, na estação Tatuapé, um treinamento de atendimento simulado a vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR). Quem circulou pelo metrô no dia 10 de novembro teve a oportunidade de aprender na prática a realizar manobras de ressuscitação cardiopulmonar.  

Segundo a American Heart Association (AHA), entidade responsável pelas Diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência, a parada cardíaca representa uma “disfunção elétrica no coração que provoca batimentos irregulares (arritmia). Com a atividade de bombeamento prejudicada, o coração não consegue bombear sangue para o cérebro, pulmões e outros órgãos”. Caso a vítima não receba atendimento adequado e ágil, a morte acontece em minutos. 

No Brasil, os números da PCR, por si só, mostram a importância da conscientização e educação sobre parada cardíaca. De acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), por dia, 720 pessoas morrem vítimas de ataques do coração. Isso representa 1 óbito a cada minuto e meio.

Como reconhecer uma PCR? 

Thatiane Faccholi é enfermeira e coordenadora dos cursos da American Heart Association no Hospital das Clínicas. Segundo ela, uma parada cardíaca pode acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar, inclusive em casa. Saber identificá-la é o primeiro passo para um desfecho positivo.

O Conselho Europeu de Reanimação (European Resuscitation Council, na sigla, em inglês), aponta 3 grandes sinais para reconhecer uma PCR: 

1 – Responsividade: na parada cardíaca, a vítima não responde a estímulos sonoros

2- Respiração: a vítima não respira ou tem respiração agônica (com movimentos de curta duração)

3- Pulso: na parada cardiorrespiratória, o pulso central é ausente

Como realizar as manobras de RCP

Segundo a American Heart, as chances de sobrevivência caem 10% a cada minuto sem socorro. Desta forma, depois de identificada a PCR, é crucial agir com as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Se executadas no tempo hábil e de forma correta, elas podem aumentar, e muito, as chances de recuperação da vítima. 

1 – Veja se o local é seguro para você e a vítima

Profissional do SAMU ensinando RCP

2 – Avalie a responsividade. Coloque uma mão em cada ombro e chame a vítima 3 vezes

3- Caso a vítima não responda, pode ser uma PCR. Chame o SAMU (192) ou outro serviço de emergência. 

4- Veja se a pessoa está respirando. Faça isso em, no máximo, 10 segundos. Se ela estiver com respiração agônica, considere como ausente. 

5 – Ajoelhe-se ao lado da vítima, na altura do ombro dela. Estique os braços, entrelace os dedos. Coloque o calcanhar da mão no centro do tórax

6- Realize compressões fortes e rápidas, com uma frequência de 100 a 120 por minuto (5 a cada 3 segundos). 

Não pare com as compressões até a chegada profissional, a não ser que a vítima responda! Se tiver alguém próximo, troque o socorrista a cada 200 compressões. 

“A coisa mais importante é aprendermos a salvar vidas. Ensinamos aqui as pessoas a reconhecerem uma parada cardiorrespiratória, iniciar as compressões torácica e como elas devem ser feitas. Isso salva vidas”, conclui a enfermeira Thatiane. 

Cerca de 200 pessoas participaram da ação educativa no metrô Tatuapé. É informação e conhecimento para salvar vidas.